Quando lançou os primeiros Gordini brasileiros, a Willys fez um contrato que não lhe permitia modificar muito o carro, e assim adaptá-lo ao piso maldito do Brasil dequeles tempos. Imagine o leitor, se hoje não é lá essas coca-colas todas, em 1961 então… O resultado foi um apelido cruel: “Leite Glória”, o leite em pó instantâneo que era a grande novidade da epóca: desmancha sem bater… A Willys então bolou um truque de RP: recapear perfeitamente o anel externo de Interlagos, bater múltiplos recordes internacionais de endurance em autódromo e mostrar a “resistência” do produto, já que o problema era a famosa suspensão AEROSTABLE. Já o Gordini IV de 1968 era outra coisa… A mesma história do Dodginho 1800, um carro legal lançado sem a necessária validação para o ambiente tupiniquim. Como na dualidade do setor de carros brasileiros maiores, o Aero-Willys 2600 e o Simca Chambord, o Gordini andava mais que o Fusquinha 1200, era mais emocionante de dirigir mas quebrava muito, principalmente a suspensão, que só foi modificada bem mais tarde. Aí vai o filme de promoção do evento em que, justiça seja feita, a Willys botou para quebrar em termos de esforço, energia e investimento, quebrando um monte de recordes internacionais além do objetivo inicial: o de menor tempo para realizar os 50.000 quilômetros. Os tempos eram outros, nos quais a indústria automobilistica brasileira era uma pálida semente do gigante que é hoje, a sexta do mundo. Ali mostrou o que viria a ser: como dizia o samba de Assis Valente, chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor… Filme P/B achado pelo inimitável cearense Roberto Costa, testemunha ocular da história toda….Quase 100 anos de experiência… O Blog dele está aqui: http://robertopcosta.blogspot.com/2011/08/50000km-gordini-em-interlagos-1964wmv.html Artes por Dan Palatnik, o mago dos pincéis automobilísticos. Visitem o site dele: http://www.palat.com.br/